Uma curiosidade local muito simpática é a crescente iniciativa de setores nacionalistas para a (re)institucionalização do dia de São Jorge. Na verdade o santo já gozava de prestígio mas foi rebaixado a santo menor de terceira categoria pela igreja católica. A comunidade alvinegra se junta a esse pleito por se tratar de um santo de primeira grandeza.
18 de dez. de 2011
Helsingor, Dinamarca - AVENTURAS
Helsingor fica ao norte de Copenhagen, dominando o estreito que separa a Dinamarca da Suécia. No Castelo de Kronborg, também conhecido como Castelo de Hamlet, Shakespeare situou a sua tragédia Hamlet, o Rei da Dinamarca. Muita gente que visita o castelo assegura ter ouvido a voz do fantasma do rei, o que é mais incrível ainda pois que os personagens são fictícios.
Rye, Inglaterra - AVENTURAS
Uma das cidades mais lindas e pitorescas da Inglaterra. Dizem que lá mora Paul McCartney, mas nós não o encontramos. Fica pra próxima.
Copenhagen, Dinamarca - AVENTURAS
Copenhagen, capital da Dinamarca. Um dos países com melhor qualidade de vida. Dizem também que é a capital da bicicleta. Eu acredito.
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Hamburgo, Beatlemania - Aventuras
Hamburgo, bairro boêmio de St. Pauli, onde os Beatles se projetaram e incluindo o museu Beatlemania. Os hamburgueses adoram os beatles. Dizem até que eles eram uma banda alemã com um defeito: cantavam em inglês.
1 de dez. de 2011
LUBECK - ALEMANHA - Aventuras
Conhecendo as torres tortas de Lubeck na Alemanha. Se na Italia tem a torre de Pizza, aqui tem a Salchicha torta
11 de nov. de 2011
LA ROCHE-SUR-FORON - Aventuras
Uma viagem no tempo visitando essa cidade medieval. Ela é a segunda cidade histórica da Haute Savoie, localizada pertinho da Suiça e da Itália.
10 de nov. de 2011
ROUTE DE SALLANCHES - Aventuras
Uma pequena viagem de Megeve a Sallanches, culminando com uma vista soberba do Mont-Blanc.
29 de out. de 2011
LE TOUQUET PARIS-PLAGE - Aventuras
Uma pequena aventura pela cidade de Le Touquet Paris-Plage, o Guarujá dos parisienses. No outono o mar estava só pra peixe, assim demos uma volta pela cidade, tiramos umas fotos e...
28 de out. de 2011
BERGUES, FRANÇA - Aventuras
Visitando uma região no norte da França onde se fala um dialeto chamado ch'tis, eu acho, e que também inspirou o filme Bienvenue Chez Les Ch'tis, de grande sucesso aqui na França. Mas o que nos surpreendeu foi o lado não enfatizado no filme: os seus arredores, o seu canal, a sua muralha e a sua paisagem bucólica.
27 de out. de 2011
DOVER, INGLATERRA - Aventuras
O castelo de Dover, orgulho dos ingleses e ponto estratético em muitas guerras. Contam os ingleses que o castelo, com mais de 1.000 anos, jamais foi dominado e que durante a segunda guerra exerceu papel fundamental. O castelo também é enorme e hoje comporta vários museus. Quando se chega pelo mar, ele e as falésias brancas, são as primeiras coisas que se vê da Inglaterra.
26 de out. de 2011
CONDADO DE KENT, INGLATERRA - Aventuras
Além da maravilhosa Canterbury, há muitos locais de interesse a se visitar no condado de Kent. Nessa viagem nós exploramos particularmente três sites, Whitstable, Herne Bay e Reculver.
25 de out. de 2011
CANTERBURY, INGLATERRA - Aventuras
Que tal uma visitinha à capital eclesiástica da Inglaterra. Se você não foi religioso não faz mal. Há muitas coisas a se fazer por lá, como por exemplo durante o festival de Canterbury. Muita atividade. Trata-se de um festival multicultural. Um arraso.
24 de out. de 2011
CAMBRIDGE, INGLATERRA - Aventuras
Centro universitário da Inglaterra. Destacam-se a sua arquitetura, seus "colleges" e seus jardins. O que se vê por lá são estudantes, bicicletas (cuidado pra não ser atropelado) e muitos turistas. Há muitos cantinhos românticos também ...
20 de out. de 2011
EDIMBURGO, ESCÓCIA - Aventuras
Edimburgo, capital da Escócia. Bem que poderia ser intitulada a Ubatuba do Norte. Como chove. Lá é também um pouquinho frio. Dizem que é porque está muito perto do polo norte. Não é verdade. Eu direi que o polo norte é gelado porque está próximo de Edimburgo. Fora isso a cidade é linda e muito diferente de tudo o que eu já vi na vida. Um sonho. MARAVILHOSA.
17 de out. de 2011
LIVERPOOL, INGLATERRA - Aventuras
Passeando por Liverpool, visitando o Dock Albert, o museu dos Beatles, alguns sites da cidade e finalizando com uma passagem pelo Cavern Clube e ...
16 de out. de 2011
STONEHENGE - INGLATERRA - Aventuras
Uma breve visita ao estranho e indecifrável complexo monolítico de Stonehenge. Trata-se do monumento pré-histórico mais celebrado da Inglaterra, com aproximadamente 5000 anos e que, até hoje, não se tem certeza absoluta de sua finalidade.
14 de out. de 2011
BRIGHTON, INGLATERRA - Aventuras
Uma visita a Brighton, o Guarujá dos londrinos. Dizem que lá foi inventado o banho de mar. Talvez seja uma invenção. O lugar é muito alegre. Muita gente na rua, artistas, músicos, palhaços e até uma espécie de bungee jumping no meio da praia. Muito louco.
6 de out. de 2011
FEHMARN, ALEMANHA - Aventuras
Ilha Fehmarn, no norte da Alemanha. De lá saem os ferries e trens para a Dinamarca. Trens? como isso é possível? Eu explico no vídeo. A paisagem é meio desolada e eu senti um certo calafrio em alguns momentos.
5 de out. de 2011
LINDAU, ALEMANHA - Aventuras
No lago Bodensee, também chamado Constança, há lindas cidades. Lindau, que em alemão quer dizer Linda, é uma delas. O lago fica no sul da Alemanha e ele é compartido com a Suiça e com a Austria.
4 de out. de 2011
NEUSCHWANSTEIN, ALEMANHA - Aventuras
Neuschwanstein, um dos locais mais fotografados no mundo. O castelo foi construído por um rei que foi deposto e declarado insano. Qualquer semelhança com o castelo da Branca de Neve não é mera coincidência. Os estúdios Walt Disney se inspiraram nesse castelo pra construir o seu. O castelo é maravilhoso. Os lagos e a floresta que o cercam ficam no mesmo nível de beleza. IMPERDÍVEIS.
3 de out. de 2011
VERBANIA, LAGO MAGGIORE, ITALIA - Aventuras
Uma visita à cidade de Verbania, às margens do Lago Maggiore, na Itália, com suas palmeiras (acredite se quiser) num dia de muito sol.
2 de out. de 2011
ALPES FRANCESES - Aventuras
Uma aventura em alta montanha, partindo de Megeve, França, em direção a Itália, passando por vales, montanhas, lagos, geleiras e paisagens incríveis..
1 de out. de 2011
FAÇA UMA DOAÇAO E GANHE UM CD - CDs

Se você participar, esterei disponibilizando um CD a cada R$ 20,00 doados (que inclui o custo com o frete + ou - R$ 5,00). Estou também disponibilizando algumas unidades do CD anterior, "Follow Your Heart", no mesmo esquema.
23 de set. de 2011
PEDRO TOCANDO TWIST AND SHOUT - 23 09 2011 - Aventuras
Olha ai o Pedro Abreu mandando ver na guitarra e cantando Twist and Shout
16 de ago. de 2011
HONEST I DO - Clipe
Walter Tamiozzo com a Banda Quinta Blues. Muitas saudades dos amigos dessa banda. Foram momentos inesquecíveis. Muitos ensaios, muitas risadas. Aprendemos muito. A todos um grande beijo... e quem sabe um dia...
21 de mai. de 2011
SAN FRANCISCO BAY BLUES - BANDA QUINTA BLUES - Clipe
Apresentação da Banda Quinta Blues, em São Paulo, no show de lançamento do CD Follow Your Heart.
20 de mai. de 2011
IL GIORNALE DI VICENZA - CRONACHE DELLA PROVINCIA - Imprensa
Estou publicando neste blog a crônica publicada no IL GIORNALE DI VICENZA e escrito pela jornalista Isabella Bertozzo, contando um pouco da minha passagem pela Italia para descobrir um pouco de minhas origens.
Para ver a imagem em tamanho normal clicar sobre ela
7 de mai. de 2011
BRENDOLA, UMA HISTÓRIA - Crônica
Foi lá que em 1853 nasceu meu bisavô, Domenico Tamiozzo.
Quando chegou ao Brasil o seu nome foi mudado para Domingos Toniosso. Por que tamanha mudança? Isso eu não sei. Nessa época eu não era nascido. Mas, ao que parece, houve um abrasileiramento dos nomes italianos. Minha tataranona, que era Giovanna, passou a ser Joana e o Tamiozzo passou a ser Toniosso. Nesse último caso não sei se foi um erro do escrivão ou outra coisa. Agora isso não faz diferença.
Chegamos ontem, umas 4 horas da tarde. Eu havia feito uma reserva num hotel por telefone. A senhora que me atendeu não entendeu por que eu não “parlava” italiano. Isso porque, ela me disse depois, Tamiozzo é um nome típico de Veneto e em Brendola há vários Tamiozzo. Ela pensava que eu fosse um local.
Ela, Nadia, muito carina e acolhedora. Quando lhe contei que o motivo de nossa visita era conhecer o lugar de onde o meu bisnono partiu para o Brasil, quis saber tudo a nosso respeito e procurou nos ajudar de todas as formas. Nos contou muitas coisas de Brendola, sua história, sua geografia, sua gente etc. Também nos contou que o pai do seu marido estivera na Argentina e que retornara de lá com um baú com os seus pertencentes e que ela ainda o mantinha na casa (o baú). Disse também que um grande amigo, seu vizinho, era Tamiozzo e que ela nos apresentaria.
Concheta ficou toda emocionada, na verdade tanto quanto eu.

Hoje saímos para um passeio nos arredores. A região é muito desenvolvida com muitas indústrias, autopistas, um trânsito de lascar. Na volta só encontramos a placa de “Brendola” quando estávamos a 3 quilômetros da entrada da cidade, ou seja ela é “veramente” um picolo “paese”.
Vínhamos por uma estrada muito movimentada, em seguida dobramos à esquerda e toda aquela agitação sumiu. Parece que entramos num espaço onde o tempo parou. Mas esperem, estávamos na parte baixa da cidade, no seu lado “moderno”. Um quilômetro depois, subimos uma colina e estávamos no centro histórico de Brendola e lá a magia é total. Estávamos num outro planeta. Acho que a seqüência das fotos poderá dar uma idéia.
Brendola ainda é uma cidade muito agrícola. Muitos vinhedos, trigo, pequenas igrejas.
Nela habitam 6.000 pessoas (excluindo a gente, é claro). Há muitas histórias de guerra (principalmente da primeira), prédios, museus, monumentos e até casas ou “vilas” privadas que guardam essas lembranças.


Há também histórias bizarras. Como a da igreja que jamais foi concluída. Contaram-me, não posso dizer quem, o projeto era fazer uma igreja monumental, mas as paróquias vizinhas se opuseram e os cidadãos nunca chegaram a um entendimento do que fazer com o enorme prédio. Nos mapas turísticos essa igreja sequer é mencionada. É como se não existisse. Por incrível que pareça o seu maior charme é a vegetação que cresceu em volta, dentro dela e no seu teto. Mas o local não é explorado como ponto turístico, o que é uma pena. Acho que a foto que fizemos confirma (ou não?) a minha idéia.
Na nossa primeira saída do hotel para um pequeno passeio, encontramos um operário que trabalhava no calçamento de pedra da praça. Como ele viu a placa francesa do nosso carro já foi brincando com a gente, soltando um “bonjour”.
Como se sabe, os italianos não são apaixonados pelos franceses e achei melhor dizer:
- ... a máquina é francesa “ma io non”.
- De onde são?
- Do Brasil! Estou aqui para descobrir a terra do meu nono que nasceu aqui e se casou nessa igreja.
- Non é vero. Come si chiamava tuo nono?
- Domenico Tamiozzo.
- Quello... ele era amigo do meu bisnono e trabalhavam juntos nos vinhedos.
Eu digo,
- Mas o meu bisnono nasceu em 1853.
- Sim, e o meu em 1858. Agora alguns Tamiozzo moram perto do campo de golf.
- Nossa que coincidência.
Ele completou.
- O melhor vinho da região é o meu. Eu colho as uvas, preparo e distribuo para os meus amigos. Na verdade, o melhor vinho da Itália. Amanhã beberemos um pouco.
Eu digo:
- De acordo. Si vediamo domani. Ciao.
- De acordo. Si vediamo domani. Ciao.
Descemos a ladeira e procuramos uma casa onde nos disseram morar um Tamiozzo.
- Buon giorno signore. O senhor conhece um Tamiozzo que mora por aqui?
- Mas que Tamiozzo?
- Não sei, um Tamiozzo.
- O que vocês querem com ele?
- Nada, apenas conhecê-lo. Talvez sejamos da mesma família.
- Ah sim!?
- Io sono brasiliano e mio nono ...
Aos poucos o senhor vai abrindo o portão e nos diz:
- Eu sou Tamiozzo, meu nome é Egidio. Vamos perguntar a minha mãe. Talvez ela se lembre do seu bis nono ou de alguma coisa.
Entramos na casa, conhecemos a senhora, mas ela, bem velhinha, não se lembrava de nada (e nem poderia) e como ela não tinha os registros do nome dos avôs não conseguimos muita coisa, exceto um sorriso.
Na volta para o hotel, Nadia, a proprietária do hotel, disse haver telefonado para uma Tamiozzo que nos receberia no dia seguinte e que talvez tivesse alguma informação.
De manhã cedinho abro a janela do quarto e tudo não havia sido apenas um sonho. A igreja de São Miguel Arcanjo continuava lá. Toda pintadinha do seu jeito especial, com sua torre separada do corpo da igreja muito charmosa. Fizemos muitas fotos.
Partimos para uma passeggiata ao alto da colina onde ainda há ruínas de um castelo medieval. De lá a vista da cidade antiga é belíssima. Os sinos da igreja soaram uma melodia inesquecível. Continuamos nas bordas da cratera do vulcão e demos uma volta grande até o campo de golf e esperávamos encontrar algum Tamiozzo. Encontramos um senhor que nos disse haver um grupo de Tamiozzos que habitava perto do campo de golf, mas não encontramos ninguém. Encontramos as casas, mas havia um silêncio profundo. Ficamos com receio de bater palmas ou de bater na porta.


Esperávamos encontrar alguém na rua e perguntar. Como não encontramos ninguém, não tivemos a cara de pau de quebrar o silêncio e chamar alguém que eventualmente estivesse dentro de alguma das casas.
Quando descemos para a parte antiga da cidade, isso a meia colina, já que a cidade mais moderna fica mais abaixo, reencontramos o neto do amigo do meu bisnono, Renzo. Ele diz:
- Trouxe o vinho pra gente beber.
- A que horas então bebemos?
- Quando você quiser.
- Aguardo a minha esposa e em seguida bebemos.
Quando Concheta chegou ele parou o trabalho de fixação das pedras, abriu um freezer que havia trazido e tirou os copos e duas garrafas de vinho. Eu tava meio incrédulo.
Ele mostrou o rótulo das garrafas com o seu nome, explicou como produzia o vinho e sem mais delongas...

Provamos o vinho do Renzo... Se não era espetacular pelo sabor, era espetacular pelas circunstâncias. Ele chamou os outros funcionários que trabalhavam com ele e um amigo que passava na rua. Continuamos brindando, bebendo e parlando. Ele contou pra todos o que fazíamos em Brendola, contou algumas histórias e, bem, naturalmente, voltou ao trabalho. Lamentou que iríamos partir antes que ele pudesse nos mostrar alguns sites interessantes que ele conhecia. Deixamos tudo para a nossa próxima visita.

Na volta para Brendola o telefone tocou. Era Barbara Tamiozzo, com quem a Nadia, dona do hotel, fizera contato. Ela nos convidou para um encontro no nosso hotel às 20 horas. Disse que levaria uma amiga.
No hotel funciona um belo restaurante, ”Novecento”, e o maitre nos encaminhou para uma sala reservada. A amiga era uma jornalista, Izabella Bertozzo, que gostaria de ouvir a nossa história e publicá-la, se concordássemos, no jornal local. Bebemos um pouco, conversamos e nos divertimos. Barbara, muito simpática, é assessora de cultura de Brendola e nos disse que as nossas famílias eram de ramos diferentes, apesar do mesmo nome. Revelou também que a pessoa que havíamos encontrado, Egidio Tamiozzo, era seu pai. Rimos muito com a coincidência.
Contamos a história do nono a Isabela, onde ele havia estado e a história de alguns de seus descendentes. Ela fez algumas fotos e propôs um encontro para o dia seguinte, que será amanhã. Portanto, agora não sei dizer o que vai acontecer. Bem, daqui uns dias saberemos.
Agora vou dormir
Walter Tamiozzo
Brendola, 26 06 2009
Walter Tamiozzo
Brendola, 26 06 2009
27 de abr. de 2011
A ARTE DE MIJAR - Crônica

Há quem escreva o próprio nome com o mijo. Conheço uma história, tão poética, de um sujeito que escreveu o nome da namorada no muro da casa dela. Há controvérsias. Dizem que a caligrafia era dela. Não vamos falar em mijar na cama, pois, normalmente, é involuntário.
É curiosa a maneira das pessoas de referirem ao ato. Os homens dizem mijar ou urinar ou, ainda, tirar água do joelho. As mulheres, fazer xixi. As mães se dirigindo às crianças: fazer pipi. Eu particularmente gosto da maneira do meu neto se referir ao ato: “vovô preciso fazer o número 1”.
Voltando a falar em mijar na rua, vi muito disso em Paris. Agora estou em Madrid que não deixa nada a desejar.
É simples, você abre a braguilha, pode ser com a mão esquerda. Com a direita você pega o instrumento e põe ele pra fora e mija na direção que o nariz está apontando. Pequenos desvios são aceitáveis. O cantinho de uma parede é local bem concorrido. Pode ser também numa ladeira. Com isso fica uma marca do xixi escorrendo pelo chão. Depois vem outro e as marcas se cruzam. Um espetáculo. Quando a gente passa a sola do sapato gruda naquela meleca fazendo aquele barulhinho característico, chilepe, chilepe, chilepe (essa palavra onomatopaica existe?). E tem aquele cheirinho nada sutil que é uma merda (seria isso pleonasmo?).
A grande vantagem de se mijar na rua é que a gente não precisa ter boa pontaria. No banheiro, por exemplo, a gente tem que acertar o vaso. Parece fácil, mas o que tem de gente que mija fora da privada. Podem não acreditar mas já vi esse assunto sendo tratado em seminário de boas maneiras de empresa multinacional.
As técnicas são variadas. Na rua, por exemplo, há quem dê uma olhadinha de lado pra ver se tem alguém olhando. Outros mijam direto para não chamar a atenção. Na piscina é assim: você entra na água, dá uma agachadinha do tipo “só to me molhando”, em seguida você se concentra e solta o xixi (tanto homem quanto mulher).
Vocês acham que eu to brincando? Nada disso. Xixi é coisa muito séria. No campo da saúde por exemplo, a urinoterapia busca a harmonia do corpo e da mente através da ingestão de urina. Deixo o link pra voces conferirem:
Pensando alto, que tal: mijo on the rocks, com limão, caipirinha de mijo ou o mais natural: mijo quentinho.
Agora sem brincadeira, falando do ponto de vista cientifico, o melhor é o primeiro jato da manhã que vem carregado de hormônios benéficos para o organismo e para o cérebro. Para o organismo eu não garanto mas para o cérebro tenho certeza pois, se beber, você jamais esquecerá.
Andei pesquisando, dizem também que faz muito bem para a pele. Bom, minha pele tá ótima e eu não to precisando de tratamento (entenderam?).
Eu não vi, mas presumo que seja assim: O cara toma umas (cerveja dá bom mijo). Pega o metro e vai pro estádio. Antes de entrar ele dá aquela aliviada. Que prazer... No fim, faz aquela cara de já acabei. Da uma chacoalhada, pequena, e repõe o instrumento dentro da calça com ele ainda respingando (normalmente sem fechar o zíper). Assim, sem perceber e desinteressadamente, ele contribui para transformar o local na praça mais fedida e mijada da Europa. Há também os que mijam na rua para se auto-afirmarem (não sei no que). Mas não vamos entrar nessa área para não estendermos a nossa crônica.
Bom, pra terminar, a melhor regrinha é a seguinte: Mijar no vaso. Se não tiver boa pontaria, sentar nele. Depois, dar descarga e deixar o local limpinho para o próximo usuário.
Walter Tamiozzo
Madrid, 27 04 2011
22 de abr. de 2011
DOM WALTER DE LA MANCHA - Crônica

Leitor:
- Mas, senhor Dom Walter, em El Toboso não hay mar.
- Ora, claro que há, olha a foto ai embaixo. Leitor, por favor, não interrompa a narrativa.
- Ah bom...
No caminho enfrentaram batalhões de poderosas formigas assassinas e de alienígenas, os arboranos, vindos para invadir e dominar a terra, disfarçados em árvores gigantes.
Leitor:
- Como queira, mas são os arboranos disfarçados. Após dura batalha, expulsei-os da terra de volta à sua galáxia.
Bem, deixando a ficção e voltando à realidade, esta última parecerá menos real do que a primeira.
El Toboso é um povoado manchego, de 2.000 habitantes, localizado na província de Toledo, a 140 km de Madrid. Ele contém uma carga imensa de evocação quixotesca. Tudo em El Toboso recorda a Dulcinéia e a Alonso Quijano, o fidalgo que assombrou o mundo com seu idealismo.
Dulcinéia del Toboso é a dama imortalizada por Miguel de Cervantes como musa de Dom Quixote.
Chegamos a El Toboso num sábado, logo depois do meio dia. A praça central estava deserta. Cortamos a cidade de Rosimóvel e parecia que estávamos num daqueles filmes “Além da Imaginação”, viva alma. De repente vimos uma velhinha caminhando curvada e com uma bengala. Ficamos com medo de perguntar alguma coisa, pois temíamos nos aproximar de um ente que, às tantas, não fazia mais parte desse mundo. Respirei fundo, me enchi de coragem e me dirigi à senhora.
- Hola, buenas tardes... E recuei um pouco.
A senhora, surpresa, me olha bem, processa a pergunta, levanta a cabeça e me responde:
- Hola, buenas...
Então lhe pergunto:
- De donde está todo mundo? A cidade parece vazia.
- Ah si, então todos no casamento da filha do prefeito, ela responde.
- Ah bom. Bem estamos com fome. Sabe onde poderíamos encontrar um restaurante por aqui.
- Está tudo cerrado.
- Gracias, até logo.
Saímos desapontados, mas aliviados, afinal aquilo não era um pesadelo. E partimos à procura de algum lugar aberto.
Tudo, tudo absolutamente cerrado. Finalmente começamos a ouvir vozes e fomos nos aproximando. Pimba! Encontramos o local da festa do casamento. Um restaurante enorme. As senhoras todas vestindo aquelas roupas... de casamento, entendem. Os senhores e os rapazes de paletó e gravata e alguns até de fraque.
Aproximamo-nos, chegamos à porta e fomos entrando, nos misturando com o pessoal. Ainda tinha gente chegando, mas alguns já estavam saindo. Parecia que ia dar tudo certo. Nessa hora pensei: terra estrangeira, vilarejo onde todo mundo se conhece, me sentindo um pouco como um ET, é melhor procurar o “chefe” do restaurante e lhe explicar a situação. Ele muito simpático:
- Fiquem tranquilos, lhes arrumo una mesita.
Assim, timidamente, participamos da festa.
Aliviados com a impressão de cidade fantasma e com a pança cheia, voltamos ao centro da praça que, aos poucos, foi ganhando vida.
Após um “rato”, que em espanhol é um momento, procuramos o Museu Cervantino, uma das principais atrações da cidade. Lá estão expostas edições de Dom Quixote em 47 idiomas. Algumas edições são raras e exclusivas. Entre elas uma edição com caracteres celtas, outra escrita em euskera, algumas manuscritas e, ainda, exemplares assinados e doados por personalidades como Mussolini, Hitler, Kadafi, Peron, Reagan etc.
Chegando à bilheria, yo, com mi espanhol fabuloso, vou logo pedindo:
- 2 taquillas (tickets), por favor.
- Ah si, buenos dias, como no! De donde son ustedes?
- Bom dia senhora, somos brasilenhos.
Ela continua:
- Isso é para fins de estatística, muchas gracias. Aproveitem a visita. Hasta luego.
- Hasta luego, respondo.
Fomos então até a entrada do museu e vem a mesma senhora:
- Buenos dias...
- Buenos dias, respondo e lhe entrego as taquillas.
- Aproveitem a visita.
- Gracias, digo yo.
Em seguida, estamos lá, concentrados, observando as obras e chega uma senhora, a mesma, e começa a nos explicar a coleção. Ela, além de bilheteira e porteira, era a guia do museu.
Claro, ela foi muito amável e nós nos divertimos muito com suas histórias, que incluía a origem de algumas obras, de como algumas edições foram ilustradas por artistas do quilate de Salvador Dali e Gustave Doré etc.
Nossa história nessa pequena cidade não termina aqui, pois, ao sair do museu, fomos até a igreja do povoado, de San Antonio Abad, construída no início do século XVI. Para nós foi emocionante, pois que a igreja foi citada por Miguel de Cervantes em 1615 quando disse «Guió Don Quijote, y habiendo andado doscientos pasos, dio con el bulto que hacía la sombra, y vio una gran torre, y luego conoció que el tal edificio no era alcázar, sino la iglesia principal del pueblo. Y dijo: Con la iglesia hemos dado, Sancho».
A igreja chama atenção por sua estrutura de pedras rosadas que, contrastando com o azul do céu, dá uma fotografia incrível. Lá chegando encontramos uma multidão: três senhoras antes de nós que compravam ingressos. A bilheteira lhes entrega os tickets e fecha a janelinha do guichê. Sem hesitar bato na janela e a senhora toda apavorada e sem jeito, reabre e nos diz:
Compramos os ingressos e visitamos a igreja. Linda. Ao sairmos a senhorinha nos esperava à porta. Ela nos deu um mapa da cidade e algumas informações. Depois de uma pequena conversa nos despedimos e ela, muito carina, nos deu um beso. Nós, felizes, lhe dissemos que nunca a esqueceríamos, Alicia.
Walter Tamiozzo
El Toboso, Espanha, 20 04 2011
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