18 de dez. de 2011

Glascow, Escócia - AVENTURAS

Uma curiosidade local muito simpática é a crescente iniciativa de setores nacionalistas  para a (re)institucionalização do dia de São Jorge.  Na verdade o santo já gozava de prestígio mas foi rebaixado a santo menor de terceira categoria pela igreja católica.  A comunidade alvinegra se junta a esse pleito por se tratar de um santo de primeira grandeza.    


Helsingor, Dinamarca - AVENTURAS

Helsingor fica ao norte de Copenhagen, dominando o estreito que separa a Dinamarca da Suécia.  No Castelo de Kronborg, também conhecido como Castelo de Hamlet, Shakespeare situou a sua tragédia Hamlet, o Rei da Dinamarca. Muita gente que visita o castelo assegura ter ouvido a voz do fantasma do rei, o que é mais incrível ainda pois que os personagens são fictícios.

Rye, Inglaterra - AVENTURAS

Uma das cidades mais lindas e pitorescas da Inglaterra. Dizem que lá mora Paul McCartney, mas nós não o encontramos. Fica pra próxima.


Copenhagen, Dinamarca - AVENTURAS

Copenhagen, capital da Dinamarca. Um dos países com melhor qualidade de vida.  Dizem também que é a capital da bicicleta. Eu acredito.
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Hamburgo, Beatlemania - Aventuras

Hamburgo, bairro boêmio de St. Pauli, onde os Beatles se projetaram e incluindo o museu Beatlemania.  Os hamburgueses adoram os beatles.  Dizem até que eles eram uma banda alemã com um defeito: cantavam em inglês. 

1 de dez. de 2011

LUBECK - ALEMANHA - Aventuras

Conhecendo as torres tortas de Lubeck na Alemanha. Se na Italia tem a torre de Pizza, aqui tem a Salchicha torta

11 de nov. de 2011

LA ROCHE-SUR-FORON - Aventuras

Uma viagem no tempo visitando essa cidade medieval. Ela é a segunda cidade histórica da Haute Savoie, localizada pertinho da Suiça e da Itália.

10 de nov. de 2011

ROUTE DE SALLANCHES - Aventuras

Uma pequena viagem de Megeve a Sallanches, culminando com uma vista soberba do Mont-Blanc.

29 de out. de 2011

LE TOUQUET PARIS-PLAGE - Aventuras

Uma pequena aventura pela cidade de Le Touquet Paris-Plage, o Guarujá dos parisienses.   No outono o mar estava só pra peixe, assim demos uma volta pela cidade, tiramos umas fotos e...

28 de out. de 2011

BERGUES, FRANÇA - Aventuras

Visitando uma região no norte da França onde se fala um dialeto chamado ch'tis, eu acho, e que também inspirou o filme Bienvenue Chez Les Ch'tis, de grande sucesso aqui na França.  Mas o que nos surpreendeu foi o lado não enfatizado no filme:  os seus arredores, o seu canal, a sua muralha e a sua paisagem bucólica.

27 de out. de 2011

DOVER, INGLATERRA - Aventuras

O castelo de Dover, orgulho dos ingleses e ponto estratético em muitas guerras.  Contam os ingleses que o castelo, com mais de 1.000 anos,  jamais foi dominado e que durante a segunda guerra exerceu papel fundamental.  O castelo também é enorme e hoje comporta vários museus.  Quando se chega pelo mar, ele e as falésias brancas, são as primeiras coisas que se vê da Inglaterra.


26 de out. de 2011

CONDADO DE KENT, INGLATERRA - Aventuras

Além da maravilhosa Canterbury, há muitos locais de interesse a se visitar no condado de Kent. Nessa viagem nós exploramos particularmente três sites, Whitstable, Herne Bay e Reculver.

25 de out. de 2011

CANTERBURY, INGLATERRA - Aventuras

Que tal uma visitinha à capital eclesiástica da Inglaterra. Se você não foi religioso não faz mal. Há muitas coisas a se fazer por lá, como por exemplo durante o festival de Canterbury. Muita atividade. Trata-se de um festival multicultural. Um arraso.

24 de out. de 2011

CAMBRIDGE, INGLATERRA - Aventuras

Centro universitário da Inglaterra.  Destacam-se a sua arquitetura, seus "colleges" e seus jardins. O que se vê por lá são estudantes, bicicletas (cuidado pra não ser atropelado) e muitos turistas.  Há muitos cantinhos românticos também ...

20 de out. de 2011

EDIMBURGO, ESCÓCIA - Aventuras

Edimburgo, capital da Escócia.  Bem que poderia ser intitulada a Ubatuba do Norte. Como chove. Lá é também um pouquinho frio. Dizem que é porque está muito perto do polo norte. Não é verdade. Eu direi que o polo norte é gelado porque está próximo de Edimburgo.  Fora isso a cidade é linda e muito diferente de tudo o que eu já vi na vida. Um sonho. MARAVILHOSA.

17 de out. de 2011

LIVERPOOL, INGLATERRA - Aventuras

Passeando por Liverpool, visitando o Dock Albert, o museu dos Beatles, alguns sites da cidade e finalizando com uma passagem pelo Cavern Clube e ...

16 de out. de 2011

STONEHENGE - INGLATERRA - Aventuras

Uma breve visita ao estranho e indecifrável complexo monolítico de Stonehenge. Trata-se do monumento pré-histórico mais celebrado da Inglaterra, com aproximadamente 5000 anos e que, até hoje, não se tem certeza absoluta de sua finalidade.



14 de out. de 2011

BRIGHTON, INGLATERRA - Aventuras

Uma visita a Brighton, o Guarujá dos londrinos. Dizem que lá foi inventado o banho de mar.  Talvez seja uma invenção.  O lugar é muito alegre. Muita gente na rua, artistas, músicos, palhaços e até uma espécie de bungee jumping no  meio da praia. Muito louco.

6 de out. de 2011

FEHMARN, ALEMANHA - Aventuras


Ilha Fehmarn, no norte da Alemanha.  De lá saem os ferries e trens para a Dinamarca.  Trens?  como isso é possível?  Eu explico no vídeo.  A paisagem é meio desolada e eu senti um certo calafrio em alguns momentos.

5 de out. de 2011

LINDAU, ALEMANHA - Aventuras

No lago Bodensee, também chamado Constança, há lindas cidades. Lindau, que em alemão quer dizer Linda, é uma delas.  O lago fica no sul da Alemanha e ele é compartido com a Suiça e com a Austria.

4 de out. de 2011

NEUSCHWANSTEIN, ALEMANHA - Aventuras


Neuschwanstein, um dos locais mais fotografados no mundo.  O castelo foi construído por um rei que foi deposto e declarado insano.  Qualquer semelhança com o castelo da Branca de Neve não é mera coincidência.  Os estúdios Walt Disney se inspiraram nesse castelo pra construir o seu.  O castelo é maravilhoso.  Os lagos e a floresta que o cercam ficam no mesmo nível de beleza.  IMPERDÍVEIS.

3 de out. de 2011

VERBANIA, LAGO MAGGIORE, ITALIA - Aventuras


Uma visita à cidade de Verbania, às margens do Lago Maggiore, na Itália, com suas palmeiras (acredite se quiser) num dia de muito sol. 

2 de out. de 2011

ALPES FRANCESES - Aventuras

Uma aventura em alta montanha, partindo de Megeve, França, em direção a Itália, passando por vales, montanhas, lagos, geleiras e paisagens incríveis..

1 de out. de 2011

FAÇA UMA DOAÇAO E GANHE UM CD - CDs





Acabo de lançar o meu segundo CD, "É Bom Sonhar", de músicas brasileiras e decidi promover uma ação social em prol da instituição filantrópica NÚCLEO ESPIRAL que atua na educação, assistência e prevenção da violência contra crianças e adolescentes. 

Se você participar, esterei disponibilizando um CD a cada R$ 20,00 doados (que inclui o custo com o frete + ou - R$ 5,00). Estou também disponibilizando algumas unidades do CD anterior, "Follow Your Heart", no mesmo esquema.
É bom lembrar que um CD pode ser uma excelente opção de presente.

Para saber mais sobre o NÚCLEO ESPIRAL e do seu trabalho, deixo o link do seu site. 


Para doar, clique no botão --->>>....--->>>

23 de set. de 2011

16 de ago. de 2011

HONEST I DO - Clipe

Walter Tamiozzo com a Banda Quinta Blues.  Muitas saudades dos amigos dessa banda.  Foram momentos inesquecíveis.  Muitos ensaios, muitas risadas.  Aprendemos muito.   A todos um grande beijo...   e quem sabe um dia...

21 de mai. de 2011

SAN FRANCISCO BAY BLUES - BANDA QUINTA BLUES - Clipe

Apresentação da Banda Quinta Blues, em São Paulo, no show de lançamento do CD Follow Your Heart. 

20 de mai. de 2011

IL GIORNALE DI VICENZA - CRONACHE DELLA PROVINCIA - Imprensa


Estou publicando neste blog a crônica publicada no IL GIORNALE DI VICENZA e escrito pela jornalista Isabella Bertozzo, contando um pouco da minha passagem pela Italia para descobrir um pouco de minhas origens.

Para ver a imagem em tamanho normal clicar sobre ela

7 de mai. de 2011

BRENDOLA, UMA HISTÓRIA - Crônica


Hoje foi o nosso segundo dia de visita a Brendola.

- Brendola?  Não seria Brindisi? 

- Não, não, não!  É Brendola mesmo. Um pequeno “paese” no Veneto, na Província de Vicenza.

Foi lá que em 1853 nasceu meu bisavô, Domenico Tamiozzo.

Quando chegou ao Brasil o seu nome foi mudado para Domingos Toniosso. Por que tamanha mudança? Isso eu não sei. Nessa época eu não era nascido. Mas, ao que parece, houve um abrasileiramento dos nomes italianos. Minha tataranona, que era Giovanna, passou a ser Joana e o Tamiozzo passou a ser Toniosso. Nesse último caso não sei se foi um erro do escrivão ou outra coisa. Agora isso não faz diferença.

Chegamos ontem, umas 4 horas da tarde. Eu havia feito uma reserva num hotel por telefone. A senhora que me atendeu não entendeu por que eu não “parlava” italiano. Isso porque, ela me disse depois, Tamiozzo é um nome típico de Veneto e em Brendola há vários Tamiozzo. Ela pensava que eu fosse um local.

Ela, Nadia, muito carina e acolhedora. Quando lhe contei que o motivo de nossa visita  era conhecer o lugar de onde o meu bisnono partiu para o Brasil, quis saber tudo a nosso respeito e procurou nos ajudar de todas as formas. Nos contou muitas coisas de Brendola, sua história, sua geografia, sua gente etc.  Também nos contou que o pai do seu marido estivera na Argentina e que retornara de lá com um baú com os seus pertencentes e que ela ainda o mantinha na casa (o baú). Disse também que um grande amigo, seu vizinho, era Tamiozzo e que ela nos apresentaria.


Bom, o hotel da Nadia está localizado na Piazza del Popolo, onde também está a Igreja de São Miguel Arcanjo, onde o meu bisnono foi batizado e depois se casou com Angela Dinale, de Zovencedo, uma picolíssima cidade pertinho de Brendola, do outro lado da colina. 


A igreja encantadora, em estilo gótico, com uma decoração simples, mas muito proporcional e equilibrada. Sem exageros desnecessários.



Claro que foi uma grande emoção dormir no quarto com as janelas dando vista para a fachada dessa igreja, decorada de forma muito típica.

Concheta ficou toda emocionada, na verdade tanto quanto eu.


Onde fica Brendola?  Bem, isso eu já disse. Perto de Vicenza, vizinha de Montecchio (Romeu e Julieta), paralelo “x”.   Bom, tudo isso é irrelevante considerando a geografia particular do local. Brendola fica num vale de origem vulcânica. Parece (mas não é) a boca de um imenso vulcão.  Nas suas encostas há pequenas cidades. O fundo do vale parece não ter saída, formando uma espécie de concha. Há muita vegetação, bosques, lagos, vinhedos.  Mas, muito mais do que isso tudo, o lugar é incrivelmente mágico.



Hoje saímos para um passeio nos arredores. A região é muito desenvolvida com muitas indústrias, autopistas, um trânsito de lascar.  Na volta só encontramos a placa de “Brendola” quando estávamos a 3 quilômetros da entrada da cidade, ou seja ela é “veramente” um picolo “paese”.

Vínhamos por uma estrada muito movimentada, em seguida dobramos à esquerda e toda aquela agitação sumiu. Parece que entramos num espaço onde o tempo parou. Mas esperem, estávamos na parte baixa da cidade, no seu lado “moderno”.  Um quilômetro depois, subimos uma colina e estávamos no centro histórico de Brendola e lá a magia é total. Estávamos num outro planeta. Acho que a seqüência das fotos poderá dar uma idéia.

 




Brendola ainda é uma cidade muito agrícola. Muitos vinhedos, trigo, pequenas igrejas.
                        
Nela habitam 6.000 pessoas (excluindo a gente, é claro). Há muitas histórias de guerra (principalmente da primeira), prédios, museus, monumentos e até casas ou “vilas” privadas que guardam essas lembranças.

  
  
Há também histórias bizarras. Como a da igreja que jamais foi concluída. Contaram-me, não posso dizer quem, o projeto era fazer uma igreja monumental, mas as paróquias vizinhas se opuseram e os cidadãos nunca chegaram a um entendimento do que fazer com o enorme prédio.  Nos mapas turísticos essa igreja sequer é mencionada. É como se não existisse. Por incrível que pareça o seu maior charme é a vegetação que cresceu em volta, dentro dela e no seu teto. Mas o local não é explorado como ponto turístico, o que é uma pena. Acho que a foto que fizemos confirma (ou não?) a minha idéia.


Na nossa primeira saída do hotel para um pequeno passeio, encontramos um operário que trabalhava no calçamento de pedra da praça. Como ele viu a placa francesa do nosso carro já foi brincando com a gente, soltando um “bonjour”.

Como se sabe, os italianos não são apaixonados pelos franceses e achei melhor dizer:

- ... a máquina é francesa “ma io non”. 

- De onde são?
- Do Brasil!  Estou aqui para descobrir a terra do meu nono que nasceu aqui e se casou nessa igreja.
- Non é vero. Come si chiamava tuo nono?
- Domenico Tamiozzo.
- Quello... ele era amigo do meu bisnono e trabalhavam juntos nos vinhedos.
Eu digo,
- Mas o meu bisnono nasceu em 1853.
- Sim, e o meu em 1858. Agora alguns Tamiozzo moram perto do campo de golf.
- Nossa que coincidência.

Ele completou.

- O melhor vinho da região é o meu. Eu colho as uvas, preparo e distribuo para os meus amigos. Na verdade, o melhor vinho da Itália. Amanhã beberemos um pouco.

Eu digo:
- De acordo. Si vediamo domani. Ciao.

Descemos a ladeira e procuramos uma casa onde nos disseram morar um Tamiozzo.

- Buon giorno signore. O senhor conhece um Tamiozzo que mora por aqui?
- Mas que Tamiozzo?
- Não sei, um Tamiozzo.
- O que vocês querem com ele?
- Nada, apenas conhecê-lo. Talvez sejamos da mesma família.
- Ah sim!?
- Io sono brasiliano e mio nono ... 

Aos poucos o senhor vai abrindo o portão e nos diz:
- Eu sou Tamiozzo, meu nome é Egidio.  Vamos perguntar a minha mãe. Talvez ela se lembre do seu bis nono ou de alguma coisa.

Entramos na casa, conhecemos a senhora, mas ela, bem velhinha, não se lembrava de nada (e nem poderia) e como ela não tinha os registros do nome dos avôs não conseguimos muita coisa, exceto um sorriso.

Na volta para o hotel, Nadia, a proprietária do hotel, disse haver telefonado para uma Tamiozzo que nos receberia no dia seguinte e que talvez tivesse alguma informação.

De manhã cedinho abro a janela do quarto e tudo não havia sido apenas um sonho. A igreja de São Miguel Arcanjo continuava lá. Toda pintadinha do seu jeito especial, com sua torre separada do corpo da igreja muito charmosa. Fizemos muitas fotos.

Partimos para uma passeggiata ao alto da colina onde ainda há ruínas de um castelo medieval.  De lá a vista da cidade antiga é belíssima. Os sinos da igreja soaram uma melodia inesquecível. Continuamos nas bordas da cratera do vulcão e demos uma volta grande até o campo de golf e esperávamos encontrar algum Tamiozzo.  Encontramos um senhor que nos disse haver um grupo de Tamiozzos que habitava perto do campo de golf, mas não encontramos ninguém. Encontramos as casas, mas havia um silêncio profundo. Ficamos com receio de bater palmas ou de bater na porta.



Esperávamos encontrar alguém na rua e perguntar. Como não encontramos ninguém, não tivemos a cara de pau de quebrar o silêncio e chamar alguém que eventualmente estivesse dentro de alguma das casas.

                                                  
Quando descemos para a parte antiga da cidade, isso a meia colina, já que a cidade mais moderna fica mais abaixo, reencontramos o neto do amigo do meu bisnono, Renzo. Ele diz:

- Trouxe o vinho pra gente beber.
- A que horas então bebemos?
- Quando você quiser.
- Aguardo a minha esposa e em seguida bebemos.

Quando Concheta chegou ele parou o trabalho de fixação das pedras, abriu um freezer que havia trazido e tirou os copos e duas garrafas de vinho. Eu tava meio incrédulo.

Ele mostrou o rótulo das garrafas com o seu nome, explicou como produzia o vinho e sem mais delongas...

Provamos o vinho do Renzo... Se não era espetacular pelo sabor, era espetacular pelas circunstâncias. Ele chamou os outros funcionários que trabalhavam com ele e um amigo que passava na rua.  Continuamos brindando, bebendo e parlando. Ele contou pra todos o que fazíamos em Brendola, contou algumas histórias e, bem, naturalmente, voltou ao trabalho. Lamentou que iríamos partir antes que ele pudesse nos mostrar alguns sites interessantes que ele conhecia.  Deixamos tudo para a nossa próxima visita.

Despedimos-nos e seguimos em direção ao Monte Grappa. Uma montanha de 1800 metros e a 50 quilômetros dali. O interesse de ver a montanha, além de ser um lugar sagrado de luta, onde muitos italianos morreram na resistência, era a possibilidade de avistar Verona, Veneza, Vicenza e outras pequenas cidades de Veneto, sem contar as Dolomitas.  Infelizmente o tempo fechou e tudo que vimos foram muitas nuvens acompanhadas de uma densa chuva. No caminho encontramos algumas vacas que eram conduzidas de um pasto a outro. Elas bloquearam durante algum tempo o nosso caminho, mas foi prazeroso sentir aquela atmosfera pastoril tão próxima a centros urbanos desenvolvidos.

Na volta para Brendola o telefone tocou. Era Barbara Tamiozzo, com quem a Nadia, dona do hotel, fizera contato. Ela nos convidou para um encontro no nosso hotel às 20 horas. Disse que levaria uma amiga.

No hotel funciona um belo restaurante, ”Novecento”, e o maitre nos encaminhou para uma sala reservada. A amiga era uma jornalista, Izabella Bertozzo, que gostaria de ouvir a nossa história e publicá-la, se concordássemos, no jornal local. Bebemos um pouco, conversamos e nos divertimos. Barbara, muito simpática, é assessora de cultura de Brendola e nos disse que as nossas famílias eram de ramos diferentes, apesar do mesmo nome.  Revelou também que a pessoa que havíamos encontrado, Egidio Tamiozzo, era seu pai. Rimos muito com a coincidência.


Contamos a história do nono a Isabela, onde ele havia estado e a história de alguns de seus descendentes. Ela fez algumas fotos e propôs um encontro para o dia seguinte, que será amanhã. Portanto, agora não sei dizer o que vai acontecer. Bem, daqui uns dias saberemos.

Agora vou dormir

Walter Tamiozzo
Brendola, 26 06 2009




27 de abr. de 2011

A ARTE DE MIJAR - Crônica

Dizem que mijar não é uma arte.  Eu discordo. Há muito mais gente arteira do que se imagina. Muitos mijam no banheiro. Já os arteiros mijam em qualquer lugar. Por exemplo: na rua, no jardim, no muro da escola, na praia, na piscina, na pia, esta última normalmente entre homens pois fica difícil para as mulheres em razão da altura da pia, mas...


Há quem escreva o próprio nome com o mijo. Conheço uma história, tão poética, de um sujeito que escreveu o nome da namorada no muro da casa dela. Há controvérsias. Dizem que a caligrafia era dela. Não vamos falar em mijar na cama, pois, normalmente, é involuntário.

É curiosa a maneira das pessoas de referirem ao ato. Os homens dizem mijar ou urinar ou, ainda, tirar água do joelho. As mulheres, fazer xixi. As mães se dirigindo às crianças: fazer pipi. Eu particularmente gosto da maneira do meu neto se referir ao ato: “vovô preciso fazer o número 1”.

Voltando a falar em mijar na rua, vi muito disso em Paris. Agora estou em Madrid que não deixa nada a desejar.

É simples, você abre a braguilha, pode ser com a mão esquerda. Com a direita você pega o instrumento e põe ele pra fora e mija na direção que o nariz está apontando. Pequenos desvios são aceitáveis. O cantinho de uma parede é local bem concorrido. Pode ser também numa ladeira. Com isso fica uma marca do xixi escorrendo pelo chão. Depois vem outro e as marcas se cruzam. Um espetáculo. Quando a gente passa a sola do sapato gruda naquela meleca fazendo aquele barulhinho característico, chilepe, chilepe, chilepe (essa palavra onomatopaica existe?). E tem aquele cheirinho nada sutil que é uma merda (seria isso pleonasmo?).

A grande vantagem de se mijar na rua é que a gente não precisa ter boa pontaria. No banheiro, por exemplo, a gente tem que acertar o vaso. Parece fácil, mas o que tem de gente que mija fora da privada. Podem não acreditar mas já vi esse assunto sendo tratado em seminário de boas maneiras de empresa multinacional.






As técnicas são variadas. Na rua, por exemplo, há quem dê uma olhadinha de lado pra ver se tem alguém olhando. Outros mijam direto para não chamar a atenção. Na piscina é assim: você entra na água, dá uma agachadinha do tipo “só to me molhando”, em seguida você se concentra e solta o xixi (tanto homem quanto mulher).

Vocês acham que eu to brincando? Nada disso. Xixi é coisa muito séria. No campo da saúde por exemplo, a urinoterapia busca a harmonia do corpo e da mente através da ingestão de urina. Deixo o link pra voces conferirem:


Pensando alto, que tal: mijo on the rocks, com limão, caipirinha de mijo ou o mais natural: mijo quentinho.

Agora sem brincadeira, falando do ponto de vista cientifico, o melhor é o primeiro jato da manhã que vem carregado de hormônios benéficos para o organismo e para o cérebro. Para o organismo eu não garanto mas para o cérebro tenho certeza pois, se beber, você jamais esquecerá.

Andei pesquisando, dizem também que faz muito bem para a pele. Bom, minha pele tá ótima e eu não to precisando de tratamento (entenderam?).



No campo desportivo por que não uma campanha para colocar o mijo a distância como modalidade olímpica? Ou então um movimento para inclusão no livro dos recordes, o guinness, da praça mais bem mijada do mundo. Eu já tenho uma forte candidata. A praça em frente ao Estádio Santiago Bernabeu, em Madri. Isso mesmo, aquele onde joga o Real Madrid (dá pra acreditar?).

Eu não vi, mas presumo que seja assim: O cara toma umas (cerveja dá bom mijo). Pega o metro e vai pro estádio. Antes de entrar ele dá aquela aliviada. Que prazer... No fim, faz aquela cara de já acabei. Da uma chacoalhada, pequena, e repõe o instrumento dentro da calça com ele ainda respingando (normalmente sem fechar o zíper). Assim, sem perceber e desinteressadamente, ele contribui para transformar o local na praça mais fedida e mijada da Europa. Há também os que mijam na rua para se auto-afirmarem (não sei no que). Mas não vamos entrar nessa área para não estendermos a nossa crônica.

Bom, pra terminar, a melhor regrinha é a seguinte: Mijar no vaso. Se não tiver boa pontaria, sentar nele. Depois, dar descarga e deixar o local limpinho para o próximo usuário.

Walter Tamiozzo
Madrid, 27 04 2011

22 de abr. de 2011

DOM WALTER DE LA MANCHA - Crônica


Dom Walter de La Mancha e sua inseparável companheira, Consancha (Conceição), viajaram por mares nunca dantes navegados para chegarem a El Toboso, pátria de Dulcinéia e terra de seus famosos ancestrais: do cavaleiro da triste figura, Dom Quixote e de seu fiel escudeiro, Sancho Pança.



Leitor:
 - Mas, senhor Dom Walter, em El Toboso não hay mar.
- Ora, claro que há, olha a foto ai embaixo.  Leitor, por favor, não interrompa a narrativa.


- Ah bom...

No caminho enfrentaram batalhões de poderosas formigas assassinas e de alienígenas, os arboranos, vindos para invadir e dominar a terra, disfarçados em árvores gigantes.

Leitor:

- Mas isso são arburtos Dom Walter.

- Como queira, mas são os arboranos disfarçados. Após dura batalha, expulsei-os da terra de volta à sua galáxia.


Bem, deixando a ficção e voltando à realidade, esta última parecerá menos real do que a primeira.

El Toboso é um povoado manchego, de 2.000 habitantes, localizado na província de Toledo, a 140 km de Madrid. Ele contém uma carga imensa de evocação quixotesca. Tudo em El Toboso recorda a Dulcinéia e a Alonso Quijano, o fidalgo que assombrou o mundo com seu idealismo.

Dulcinéia del Toboso é a dama imortalizada por Miguel de Cervantes como musa de Dom Quixote.



El Toboso - Cidade Fantasma


Rocimóvel

Chegamos a El Toboso num sábado, logo depois do meio dia.  A praça central estava deserta.  Cortamos a cidade de Rosimóvel e parecia que estávamos num daqueles filmes “Além da Imaginação”, viva alma.  De repente vimos uma velhinha caminhando curvada e com uma bengala. Ficamos com medo de perguntar alguma coisa, pois temíamos nos aproximar de um ente que, às tantas, não fazia mais parte desse mundo. Respirei fundo, me enchi de coragem e me dirigi à senhora.

- Hola, buenas tardes... E recuei um pouco.

A senhora, surpresa, me olha bem, processa a pergunta, levanta a cabeça e me responde:
- Hola, buenas...

Então lhe pergunto:
- De donde está todo mundo? A cidade parece vazia. 

- Ah si, então todos no casamento da filha do prefeito, ela responde.

- Ah bom. Bem estamos com fome. Sabe onde poderíamos encontrar um restaurante por aqui.

- Está tudo cerrado. 

- Gracias, até logo.

Saímos desapontados, mas aliviados, afinal aquilo não era um pesadelo.  E partimos à procura de algum lugar aberto. 
 
Tudo, tudo absolutamente cerrado.  Finalmente começamos a ouvir vozes e fomos nos aproximando.  Pimba! Encontramos o local da festa do casamento. Um restaurante enorme. As senhoras todas vestindo aquelas roupas... de casamento, entendem. Os senhores e os rapazes de paletó e gravata e alguns até de fraque.

Aproximamo-nos, chegamos à porta e fomos entrando, nos misturando com o pessoal. Ainda tinha gente chegando, mas alguns já estavam saindo. Parecia que ia dar tudo certo. Nessa hora pensei: terra estrangeira, vilarejo onde todo mundo se conhece, me sentindo um pouco como um ET, é melhor procurar o “chefe” do restaurante e lhe explicar a situação.  Ele muito simpático:

- Fiquem tranquilos, lhes arrumo una mesita.

Assim, timidamente, participamos da festa.

Aliviados com a impressão de cidade fantasma e com a pança cheia, voltamos ao centro da praça que, aos poucos, foi ganhando vida.

Após um “rato”, que em espanhol é um momento, procuramos o Museu Cervantino, uma das principais atrações da cidade.  Lá estão expostas edições de Dom Quixote em 47 idiomas. Algumas edições são raras e exclusivas. Entre elas uma edição com caracteres celtas, outra escrita em euskera, algumas manuscritas e, ainda, exemplares assinados e doados por personalidades como Mussolini, Hitler, Kadafi, Peron, Reagan etc.

Chegando à bilheria, yo, com mi espanhol fabuloso, vou logo pedindo:
- 2 taquillas (tickets), por favor.
A bilheteira, muito simpática,

- Ah si, buenos dias, como no! De donde son ustedes?

- Bom dia senhora, somos brasilenhos.

Ela continua:
- Isso é para fins de estatística, muchas gracias. Aproveitem a visita. Hasta luego.

- Hasta luego, respondo.
Fomos então até a entrada do museu e vem a mesma senhora:

- Buenos dias...

- Buenos dias, respondo e lhe entrego as taquillas.

- Aproveitem a visita.

- Gracias, digo yo.

Em seguida, estamos lá, concentrados, observando as obras e chega uma senhora, a mesma, e começa a nos explicar a coleção. Ela, além de bilheteira e porteira, era a guia do museu.

Claro, ela foi muito amável e nós nos divertimos muito com suas histórias, que incluía a origem de algumas obras, de como algumas edições foram ilustradas por artistas do quilate de Salvador Dali e Gustave Doré etc.

Nossa história nessa pequena cidade não termina aqui, pois, ao sair do museu, fomos até a igreja do povoado, de San Antonio Abad, construída no início do século XVI. Para nós foi emocionante, pois que a igreja foi citada por Miguel de Cervantes em 1615 quando disse «Guió Don Quijote, y habiendo andado doscientos pasos, dio con el bulto que hacía la sombra, y vio una gran torre, y luego conoció que el tal edificio no era alcázar, sino la iglesia principal del pueblo. Y dijo: Con la iglesia hemos dado, Sancho».

A igreja chama atenção por sua estrutura de pedras rosadas que, contrastando com o azul do céu, dá uma fotografia incrível. Lá chegando encontramos uma multidão: três senhoras antes de nós que compravam ingressos. A bilheteira lhes entrega os tickets e fecha a janelinha do guichê.  Sem hesitar bato na janela e a senhora toda apavorada e sem jeito, reabre e nos diz:

- Nossa, não esperava tanta gente hoje, me desculpem. 

Compramos os ingressos e visitamos a igreja. Linda. Ao sairmos a senhorinha nos esperava  à porta. Ela nos deu um mapa da cidade e algumas informações. Depois  de uma pequena conversa nos despedimos e ela, muito carina, nos deu um beso. Nós, felizes, lhe dissemos que nunca a esqueceríamos, Alicia.



Walter Tamiozzo
El Toboso, Espanha, 20 04 2011